They stood up for love

quarta-feira, abril 19, 2006

Só hoje senti
que o rumo a seguir
levava pra longe
senti que este chão
já não tinha espaço
pra tudo o que foge
não sei o motivo pra ir
só sei que não posso ficar
não sei o que vem a seguir
mas quero procurar

e hoje deixei
de tentar erguer
os planos de sempre
aqueles que são
pra outro amanhã
que há-de ser diferente
não quero levar o que dei
talvez nem sequer o que é meu
é que hoje parece bastar
um pouco de céu
um pouco de céu

só hoje esperei
já sem desespero
que a noite caísse
nenhuma palavra
foi hoje diferente
do que já se disse
e há qualquer coisa a nascer
bem dentro no fundo de mim
e há uma força a vencer
qualquer outro fim

não quero levar o que dei
talvez nem sequer o que é meu
é que hoje parece bastar
um pouco de céu
um pouco de céu

sexta-feira, abril 07, 2006

If you can't blind them with brilliance...
...Baffle them with bullshit !
Eheheh

domingo, abril 02, 2006

Porque não pedir o Mundo ?

Cinco, quatro, três, dois, …
Pois, não passámos do dois
Mas deixemos os relatos infelizes para depois
Estivemos quase,
mas quase não sei se chega.
Mandámos vir champagne e deu-se a tragédia grega.
Como é que se diz? Foi por um triz
que nós não pusemos os pontos nos is.
Nabice? Preguiça? Alguém faltou à missa?
Qualquer coisa lhes deu, não sei bem o que foi.
Sei é que fizemos um grande campeonato mas na final não jogámos um boi.
Um boi?!
Foi ou não foi?
Corremos, marcámos, merecemos,
saltámos, sofremos e fizemos sofrer.
Fizemos o possível enquanto houve combustível
e metemos o que havia para meter.
Como é que uma equipa com talento, magia
e um futuro de que tanto se disse,
está disposta a deitar fora a energia
e se conforma em estar na história como "vice"?
Nada disso!
O tuga, que até hoje só provou que consegue ser segundo,
Vai, por isso, deixar de ser chouriço
e assumir o compromisso de ser campeão do mundo.


Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais!


Há quem diga que Portugal não está em forma,
modesto por norma, faz-lhe falta um safanão
que nos faça de uma vez acreditar
que entre os que podem ganhar
está a nossa selecção
A fasquia está alta? Não faz mal, Portugal salta
com milhões a empurrar.
Até pode parecer louco, mas para nós segundo é pouco
E um louco não se deve contrariar.

Será demais pedir o mundo?


O que pedimos, no fundo, são ainda menos ais.
Porque todos se lembram do campeão
Mas não dos que são derrotados nas finais.
Ficar nos dois primeiros não tem mal nenhum,
É preciso é que fiquemos no número um.
Vamos apagar da história essa final de má memória
e vão ver que ninguém topa.
Porque eu posso estar errado, mas que eu saiba, em qualquer lado,
o melhor do mundo é o melhor da Europa.


Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais
Repete-se o refrão, a história é que não.


Marca mais, chuta mais
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais.

É o retrato de um país aplicado ao futebol.
Tem tudo o que é preciso, só perde por ser mole.
Toca a acordar, pessoal!
Queremos mais garra,
deixar de ficar felizes quando a bola vai à barra.
Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é ...
Ter medo deles? Isso era dantes!
Vamos embora encher de orgulho os emigrantes.
Sem esquecer que nas grandes emoções
Quando grita um português, gritam logo 15 milhões.
Heróis de Berlim, nobre povo…
Não tinha graça cantar um hino novo?
Escrito pelo pé de artistas
que vão alargar as vistas à nação verde e vermelha.
Ficar em segundo? Nem morto!
Ganhar ou perder é desporto? 'Tá bem abelha!
Venha a Alemanha, o Brasil ou a Argentina
com cabelos de menina e cara de lobo mau,
se calham a apanhar-nos pela frente e viram as costas à gente… TAU!


Corre mais, joga mais,
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais
Repete-se o refrão, a história é que não.

Marca mais, chuta mais
Menos ais, menos ais, menos ais,
Quero ainda mais

Seja no chão, pelo ar, de cabeça ou calcanhar,
de tabela, nas laterais ou no miolo…
Vai Ronaldo, finta um, finta dois, pode remataaaar… Gooooooolo!!!


É esta a vantagem da ambição
podes não chegar à lua, mas tiraste os pés do chão.



Sorriste-me junto ao rio, quando de febre eu morria. Eu ardia em fogo lento, quando me deste agasalho. Passaste em mim um unguento, muito mais fresco do que orvalho. Redimiste-me, nativa, das penas do meu degredo. Mantiveste a minha alma viva, por ti voltei a ser relevo. E à nossa volta no chão, foi crescendo uma erva mestiçada.
Deste-me conchas do mar e um sorriso na boca. E eu nada tinha para dar que se comparasse, em troca. Dei-te os ferros da razão, dei-te o valor do metal, o castigo e o perdão, a gramática do Mal. Dei-te a dor num crucifixo. Dei-te a cinza do prazer. Se não fosse eu, era um outro. E antes eu, que um qualquer.
Dei-te a minha língua mãe, nas tardes desse vagar.
O meu bem mais precioso que eu tinha para te dar.
e esse meu falar contigo, de branco fez-se luar.
Um dialecto crioulo, um riso novo no ar.